quarta-feira, 14 de abril de 2010
Trabalhar e Viver...ainda é possível?!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
E tudo continua igual
São tantas horas no trânsito que vocês não imaginam o quanto de coisas passam na minha cabeça, quantas reflexões, quantas indignações com as coisas que acontecem diante dos meus olhos enquanto eu estou guiando meu carro prata. Ontem foi uma dia típico! Foram cinco horas sentada no carro prata! Sim, eu escrevi certo, cinco horas. Ah, não, não viajei entre São Paulo e o interior. Foi um apenas dentro da minha querida São Paulo.
Mas, na verdade, o que realmente tem me assustado não é a quantidade inimaginável de carros que cresce a cada dia circulando em vias esburacadas, alagadas e com má sinalização. O que me assombra de verdade é o comportamento do ser humano no que chamamos de “trânsito” e as reações em volta das barbáries que acontecem todos os dias na selva de pedras.
Ontem estava parada há uma hora na Avenida Berrini quando vejo um homem filmando algo no chão. Pensei que estivesse registrando uma nova cratera que se abriu na cidade depois de tanta chuva. Passei ao lado, esticando o pescoço para ver melhor, e qual não foi minha surpresa quando vejo um pessoa morta, coberta por um pequeno saco preto onde não era possível cobrir todo o corpo da vítima. O cenário em volta disto era policiais fumando, pessoas esperando o ônibus, pedestres atravessando apressados, tudo normal como se o que estivesse ali no chão fosse apenas mais um “carro quebrado” que atrapalha o trânsito.
Perdeu-se o respeito pelo ser humano, vivo ou morto. Enquanto vivos, se tratam como marginais no trânsito: há xingamentos, dedos apontados, pés
E infelizmente, isto acaba em mortes, atropelamentos, acidentes. No fim, aquele que há pouco tempo esbravejava para os quatro ventos, agora descansa na calçada, enquanto tudo, exatamente tudo continua igual ao seu redor.