quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Vamos falar sobre o VALOR das coisas. Ontem ocorreu um fato que me surpreendeu.
Tenho uma rodinha de amigas muito queridas e que dentro da correria de cada uma, a gente tenta arrumar  tempo, encaixar as agendas,  para fazer alguns encontros onde vale tudo: falar mal dos outros (tem gente que merece, vai) , discutir coisas sérias e banalidades, e claro, dar muitas risadas.
Para o nosso encontro de final de ano, pensei em sugerir algo diferente, e veio a idéia de fazer um amigo secreto que ao invés de comprarmos presente para a nossa amiga secreta, iríamos dar algo nosso, que fosse especial e que a gente iria dividir coma outra pessoa. Pensei em vários mimos: livros,  um objeto de decoração para casa, ou até um poema que nos fosse importante, tivesse um significado especial em nossas vidas.
Mas para minha surpresa, minha idéia não agradou a maioria e ouvi de algumas amigas que elas não queriam trocar coisas "usadas". Bom, acho que não consegui me expressar, por que eu não me referi a coisas "usadas" e sim a coisas especiais. Outras disseram não ter nada que pudessem dividir e que não tivessem a necessidade de repor. Fiquei triste. No nosso mundo do consumo, o Significado perdeu valor.
Este post não é nenhuma crítica as minhas amigas, que com certeza devem ter suas razões pessoais por não terem aceito a idéia. Mas meu objetivo real é fazer um convite,  um singelo convite  para todos nós, para refletirmos sobre o VALOR de cada coisa que temos em nossas casas, em nossas vidas e principalmente dentro de cada um de nós.

6 comentários:

  1. Camis

    Acredito tb que exige um conhecimento prfundo pessoal para distinguir usado de especial.

    Só quem sabe o que é saudade tem idéia do valor que uma mera carta rabiscada, uma foto antiga, um cheiro, um abraço e muitas outras coisas que parecem "pequenas" tem o poder de dar "grandes" confortos.

    Acredito também que cabe a nós, que de certa forma entendemos o poder de transformação dessas coisas usadas , em insitir que esse equívoco seja desfeito.

    Mudar o mundo talvez a gente não consiga, mas as pessoas próximas, com certeza!

    Um enorme beijo

    fabis

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  2. Eu achei a ideia bem legal, de início já pensei em um livro.

    Além de dar algo especial, praticaria o desapego...

    Falando nisso, dá uma olhada nesse post aqui:
    http://contosmamaepolvo.blogspot.com/2010/11/dia-0811-vamos-esquecer-um-livro.html

    Eu "esqueci de esquecer" o meu, mas ainda dessa semana não passa...

    Bjinhos

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  3. Você tem razão, os valores hoje estão sim bem mais materialistas do que eram nos anos 70 e 80. O imediatismo, o consumismo e a descartabilidade, inclusive das relações faz parte disso que o Bauman chamou de “sociedade das relações liquefeitas”. A preocupação extrema com a própria aparência tem também a ver com isso e às vezes alguns acham que a melhor maneira de mostrar que são bem sucedidos e inseridos nas classes privilegiadas e exibir aos outros ícones de consumo. Se você precisa de um veículo para se locomover, compre qualquer um do seu agrado, mas se quer mostrar para alguém a sua posição num ranking social; compre uma marca.

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  4. Que idéia brilhante Cacá! já faz alguns anos que participo do "amigo secreto" apenas para estar entre os amigos na confraternização, mas na verdade sempre penso em algo menos frio, algo que nos aproxime verdadeiramente e de uma maneira mais simples, de forma fraterna.
    Acho que o pessoal vai refletir. No final de 2011 vocês podem fazer as 2 brincadeiras, simultâneamente, quem gostou da idéia poderá dar junto com o "presente" algo que leve o "valor não material". Não desista! Vc é autêntica e encantadora. y love you!

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  5. Poxa Ca... mas o legal é se enfurnar no shopping, pegar filas e mais filas, gastar uma grana com alguém que já tem de tudo... que espírito natalino é esse?! rs...
    de verdade, quando eu era pequeno eu adorava ver cartões de natal na árvore aqui de casa com aqueles cenários bonitos, as pessoas se confraternizando e tal... hoje em dia nem isso temos mais... ao invés de repensarmos a vida e a humanidade, só comemorarmos que neste Natal vendeu x% a mais do que no Natal passado... enfim, acho que as atuais gerações nem sabem o que é Natal, que dirá o REAL VALOR das coisas na vida... é isso, beijo.

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