Quem está pronto para morrer, levanta a mão!
No último domingo, eu tive a oportunidade
(incrível!) de participar do primeiro sermão da The School of Life no Brasil.
Para quem nunca ouviu falar, numa definição bem simples, é uma escola londrina
que trata de temas da VIDA que a gente não aprende na escola. Mas para falar da
TSOL vale um outro post, neste aqui, quero contar do Sermão.
A palestrante foi a Dra Ana
Claudia, que é médica geriatra especializada em tratamentos paliativos para
doentes terminais. Ela trabalha com pacientes que tem diagnóstico de uma doença
incurável e que não existe mais tratamento médico para aquela
situação. Pelo que entendi, este tratamento paliativo vai tentar reduzir a dor
física que o paciente possa estar sentido e focar o trabalho num sentido
mais humano, de forma a ajudar o paciente e sua família a passarem por aquele
sofrimento da forma menos dolorosa possível.
Pensando de bate e pronto parece
uma missão impossível, mas pensei muito sobre o tema, e já que a morte é um fato
na vida de cada um, deve ser possível sim enxergar este momento com uma
tristeza bonita, sem amarguras ou pânico e principalmente, sem dor física para
poder aproveitar os últimos momentos.
A palestra foi sobre
"Arrependimentos" e a doutora trouxe sua experiência para falar dos 5
maiores arrependimentos que as pessoas tem antes de morrer.
Segundo ela, "a gente morre do jeito que a gente vive, não tem milagre".
Segundo ela, "a gente morre do jeito que a gente vive, não tem milagre".
E aqui vão eles:
1. Eu gostaria de ter tido
coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros
esperavam de mim
Conhece
aquela estória de fazer a faculdade que
o pai sempre sonhou para você ou de não se separar por que não vai cair bem
perante a família e amigos ou até em coisas mais cotidianas, de fazer algo que
não está a fim só para agradar outra pessoa? Acho que este arrependimento é por
aí. No acerto final, é você com você mesmo, por isso, ser fiel a si mesmo, aos
nossos sonhos e desejos devia ser regra no nosso mundão. Um montão de gente ia
morrer mais feliz.
"Devia ter arriscado mais, até errado mais, ter feito
o que EU queria fazer"
2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto
Eu
acho que mudaria este aqui para eu não teria me acomodado e correria atrás
do trabalho que realmente me realizasse
como profissional e ser humano. Mas acho que este é um puxão de orelha para
darmos a devida importância ao trabalho sem esquecer de cuidar da nossa
família, amigos, e principalmente de cuidar de nós mesmos.
"Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr"
3. Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos
Segundo
a Dra Ana Claudia, a maioria das pessoas que está tateando o fim da vida atinge
um grande grau de amorosidade. Acho que é por que nesta hora, cai a ficha de
que todas as aquelas coisas que corremos
atrás a vida inteira podem não importar muito e o que realmente importa são as relações que temos uns com os outros.
Expressar amor não mata, revive.
"Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o
sol nascer"
4. Eu gostaria de ter mantido
contato com meus amigos
Amigos que não são os 457 amigos do facebook, mas aqueles 3 ou 4, que a gente sempre lembra quando a gente ouve a música do Milton Nascimento que diz que amigo é para guardar do lado direito do peito. Os amigos irmãos que você escolheu pra toda a vida e que vão estar do seu lado independente do seu status físico, emocional ou bancário. Para estes 3 ou 4, vale a pena mudar uma programação e fazer um esforço extra, para manter um contato olho no olho ao invés de se contentar com emails, sms, whatsapp e facebooks.
"Queria ter aceitado as pessoas como elas são, cada um
cabe a alegria e a dor que traz no coração"
5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz
Para
este arrependimento aqui acho que é mais ou mesmo assim: sabe aqueles
pensamentos do tipo eu só vou ser feliz quando tiver isso ou aquilo ou quando
tiver aquele peso, aquele emprego, etc. A nossa vida é o que a gente faz hoje e
agora com o que temos hoje e agora, não dá para esperar para ser feliz amanhã.
"Queria ter aceitado a vida como ela é, a cada um cabe
as alegrias e as tristezas que vier"
Acho que estas reflexões nos ajudam a tentar viver de uma maneira que quando chegar a hora da partida, a gente possa olhar para trás e ter tranqüilidade no coração que se fez o melhor que se podia ter feito para si mesmo e para o próximo mesmo sabendo que durante esta jornada, nossas decisões foram baseadas num quebra cabeça de peças incompletas. Porém, sempre se buscou dar o melhor de si, sendo aquilo que se foi designado a SER.
"Hoje o tempo voa amor/Escorre pelas mãos/Mesmo sem se sentir/Não há tempo/Que volte amor/Vamos viver tudo/Que há pra viver/Vamos nos permitir" Lulu Santos
atualização em 01.12.13:
para quem quiser assistir o Sermão (vale a pena!), segue o link:
Lindo!!!
ResponderExcluirE Parabéns, vc está escrevendo melhor a cada postagem!
Aguardo o post sobre a TSOL. By the way...rs vc iria curtir a disciplina q ministrei semestre passado: Bioética!
Um beijo,
Dani
obrigada Dani!!! andei sumida por aqui mas pretendo voltar a escrever com mais frequencia!
ResponderExcluireu adoraria assistir sua aula :-)
beijos
Excelente texto!
ResponderExcluirInfelizmente na maioria das vezes só temos a real consciência sobre essas coisas tão óbvias quando já não há muito tempo. Ou quando não há nenhum tempo.
é isso aí, Rosana. por isso que eu acho bom refletirmos sobre este tema (apesar de não muito agradável! rs) para tentar ter mais consciência desta realidade enquanto ainda temos tempo! beijis
ExcluirAdorei o resumo!!! Perfeito!! Um beijo, Ana Claudia
ResponderExcluir